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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Vinho Branco .Com

Região: Regional Alentejo

Castas: Roupeiro, Antão Vaz, Arinto, Verdelho e Viognier

Ano: 2010

Enólogo: Susana Esteban

Produtor: Tiago Mateus Cabaço e Cabaço

Notas de provas: O vinho mostrou uma cor amarela citrina e brilhante. No nariz mostrou-se muito aromático, com notas frutadas e florais em evidência. Em boca mostrou-se fresco, com notas de frutas e minerais e um leve toque amanteigado, conferindo potência ao vinho. Final de boca fresco, vigoroso e de média persistência.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Vinhos Verdes



Região onde predominam as tonalidades verdes da vegetação exuberante típica de uma região com bastante humidade. Contudo, o nome Vinhos Verdes não se deve apenas ao meio envolvente onde crescem as vinhas: é nesta região que se produz um vinho tipicamente acidulado, leve, medianamente alcoólico e de óptimas propriedades digestivas.

A região dos Vinhos Verdes/Minho é a maior zona vitícola portuguesa e situa-se no noroeste do país, coincidindo com a região não vitícola designada por Entre Douro e Minho. A região é rica em recursos hidrográficos, sendo limitada a norte pelo Rio Minho e pelo Oceano Atlântico a oeste.
Nesta região ainda subsistem residualmente as mais antigas formas de condução da vinha, sendo uma delas, a vinha de enforcado ou uveira: as videiras são plantadas junto a uma árvore e crescem apoiadas nos ramos da árvore de suporte. No entanto, a maioria das novas explorações vitícolas optam por métodos modernos de condução da vinha. Embora os sistemas de condução da vinha tradicionalmente usados nesta região não estimulassem a qualidade dos vinhos, dificultando o amadurecimento das uvas e proporcionando níveis elevados de acidez, não se deverá concluir que a tradição mandava colher as uvas antes de amadurecerem. Prova disso é que nesta região, as vindimas eram prolongadas até finais de Outubro ou inícios de Novembro. As castas brancas mais utilizadas na produção do vinho desta região são: a casta Alvarinho, Loureiro, Trajadura, Avesso, Arinto (designada por Pedernã nesta região) e Azal.

A região foi delimitada no início do século XX e, actualmente, a Denominação de Origem divide-se em nove sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Cávado, Ave, Amarante, Baião, Sousa e Paiva. Cada uma produz formas distintas de Vinho Verde, sendo notórias as diferenças entre os vinhos produzidos no norte ou no sul da região. Por exemplo, o Alvarinho de Monção é um vinho branco seco e bastante encorpado, enquanto o Loureiro do vale do Lima é mais suave e perfumado. O vinho tinto produzido na região dos Verdes, outrora o vinho que dominava a produção da região, é actualmente consumido quase exclusivamente pelas populações locais. Este vinho é muito ácido e tem uma cor vermelha bastante carregada. É elaborado a partir de castas como Vinhão, Borraçal, Brancelho, entre outras, sendo apreciado para acompanhar a gastronomia típica da região.

Trás-os-Montes



No extremo Nordeste de Portugal, a norte da região do Douro, existe a região vitivinícola de Trás-os-Montes que se divide em três sub-regiões: Chaves, Valpaços e Planalto Mirandês.

O nome Trás-os-Montes refere-se à localização da região: situa-se para lá das serras do Marão e Alvão, a norte do rio Douro. É uma zona montanhosa e de solos essencialmente graníticos.

O clima é seco e muito quente no Verão e no Inverno, pelo contrário, as temperaturas atingem muitas vezes valores negativos.  

Na sub-região de Chaves a vinha é plantada nas encostas de pequenos vales, onde correm os afluentes do rio Tâmega. A sub-região de Valpaços é rica em recursos hídricos e situa-se numa zona de planalto. No Planalto Mirandês é o rio Douro que influencia a viticultura.

As castas plantadas são praticamente comuns nas três sub-regiões. As castas tintas mais plantadas são a Trincadeira, Bastardo, Marufo, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca. As castas brancas de maior expressão na região são a Síria, Fernão Pires, Gouveio, Malvasia Fina, Rabigato e Viosinho.

Os vinhos tintos desta região são geralmente frutados e levemente adstringentes. Os vinhos brancos são suaves e com aroma floral.

Terras do Sado



A Península de Setúbal é rodeada pelo oceano Atlântico e pelos rios Tejo e Sado. A região, situada a sul de Lisboa, é essencialmente marcada pelo turismo e pelas grandes explorações vitícolas. Desde as grandes explorações dominadas pela casta Castelão até ao Moscatel, um dos vinhos generosos nacionais, esta região sempre teve um lugar cimeiro na história dos vinhos portugueses.

A Península de Setúbal compreende duas Denominações de Origem (Palmela e Setúbal) e a designação de vinhos regionais Península de Setúbal. A maior parte dos vinhos da região utilizam a casta Castelão na sua composição. Esta é a casta tradicional da zona e a legislação para a produção de vinhos DO obriga à utilização de uma percentagem elevada de Castelão, por exemplo o DO de Palmela tem de ser constituído por 66,7% desta casta. Por vezes, a Castelão é misturada com a casta Alfrocheiro ou Trincadeira.

As castas brancas dominantes na região são a Fernão Pires, a Arinto e naturalmente, a Moscatel de Setúbal, que é utilizada em vinhos brancos e também nos vinhos generosos da Denominação de Origem de Setúbal. As características mais marcantes dos novos vinhos da Península de Setúbal são os aromas florais nos brancos e os sabores suaves a especiarias e frutos silvestres nos tintos.

O vinho generoso de Setúbal elaborado a partir das castas Moscatel e Moscatel Roxo é um dos mais antigos e famosos vinhos mundiais.

O Moscatel de Setúbal é um vinho generoso de excelente qualidade, em especial quando envelhecido durante largos anos em barricas de carvalho. Trata-se de um vinho de aroma muito intenso, a flores de laranjeira, com sabor meloso e cheio, que evolui com a idade para notas de frutos secos, passas e café.

Produzidos em pequena quantidade, os vinhos licorosos elaborados a partir da casta Moscatel Roxo têm características semelhantes ao Moscatel de Setúbal, no entanto são mais finos e apresentam aromas e sabores muito complexos de laranja amarga, passas de uva, figos e avelãs.

Ribatejo



Diversidade de solos e climas aliados a explorações vitivinícolas de grande dimensão com baixos custos de produção são as principais características do Ribatejo. Esta região fértil, outrora com elevadas produções que abasteciam o mercado interno e as colónias em África, produz vinhos brancos e tintos de qualidade a um preço extremamente competitivo.

O rio Tejo é omnipresente na paisagem ribatejana e um dos responsáveis pelo clima, pelo solo e consequentemente, pela fertilidade da região. No Ribatejo o clima é mediterrânico, contudo sofre a influência do rio, por isso as estações do ano são amenas.

A Denominação de Origem do Ribatejo apresenta seis sub-regiões (Almeirim, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Santarém e Tomar). Os solos variam consoante a proximidade do rio. O campo ou lezíria são zonas muito produtivas que se situam à beira-rio. Devido às inundações do Tejo é comum que as vinhas da zona fiquem, por vezes, completamente submersas. Na margem direita do Tejo, depois dos solos junto ao rio, situa-se a zona do bairro. É constituída por solos mais pobres e de origem calcária e argilosa, dispostos em terrenos mais irregulares entre montes e planícies. As principais plantações na zona do bairro são as oliveiras e as vinhas. Da margem esquerda do Tejo às regiões do sul próximas do Alentejo localiza-se a zona designada charneca. Aí, os solos são pouco produtivos e explora-se culturas que necessitam de pouca água, como por exemplo vinhas e sobreiros. Apesar de ser uma zona muito seca e apresentar as mais altas temperaturas do Ribatejo, as uvas têm melhores condições para a maturação do que em outras áreas da região.

A legislação para a região é pouco restrita e permitiu a introdução de castas portuguesas e estrangeiras. Os vinhos tintos DOC do Ribatejo provêm não só de castas tradicionais da região (Trincadeira ou Castelão) mas também de outras castas nobres, como a Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon ou Merlot. A casta branca mais plantada na região é a Fernão Pires, sendo praticamente indispensável na produção dos brancos ribatejanos. Por vezes, é lotada com outras castas típicas da região como a Arinto, Tália, Trincadeira das Pratas, Vital ou a internacional Chardonnay.

Independentemente da designação DOC ou Regional, o terroir do Ribatejo sente-se em qualquer vinho da região: brancos muito frutados e de aromas tropicais ou florais e tintos jovens, aromáticos e de taninos suaves.

Madeira



Na ilha apelidada “pérola do Atlântico”, produz-se o vinho generoso “Madeira”. Este vinho possui uma longevidade fora do comum, aromas complexos e um sabor distintivo que ganhou notoriedade mundial.
A ilha da Madeira tem um clima tipicamente mediterrânico: temperaturas amenas durante todo o ano e baixas amplitudes térmicas, embora a humidade atmosférica seja sempre elevada. Os solos são de origem vulcânica e pouco férteis. O relevo da ilha é muito irregular, por isso as vinhas são plantadas nas encostas de origem vulcânica.

A Denominação de Origem Madeira é constituída por cerca de 450 hectares de vinha, onde são plantadas castas tintas e brancas. A casta Tinta Mole é a mais plantada na região, contudo também existem castas mais raras como a Sercial, a Boal, a Malvasia e Verdelho.

A casta Malvasia foi aquela que desde tempos seculares se destacou na produção do vinho generoso da Madeira. Além da casta Malvasia utilizam-se, na produção do Madeira, as castas Sercial, Boal e Verdelho que conferem quatro níveis de doçura ao vinho (doce, meio doce, meio seco e seco).

Os vinhos da Madeira envelhecidos durante vinte anos e elaborados a partir de uma única casta são denominados de Frasqueira ou Vintage. Recentemente surgiu uma nova categoria no vinho da Madeira, os vinhos de Colheita, produzidos a partir de uma única variedade de uva, todavia mais jovens do que os Frasqueira.

Além das extraordinárias qualidades relativamente aos aromas e sabor do vinho da Madeira, este generoso possui uma longevidade pouco comum. O Madeira é praticamente eterno, pois passados muitos anos após o seu engarrafamento, as suas características permanecem inalteradas.

Lisboa


Na região de Lisboa, região com longa história na viticultura nacional, a área de vinha é constituída pelas tradicionais castas portuguesas e pelas mais famosas castas internacionais. Aqui é produzida uma enorme variedade de vinhos, possível pela diversidade de relevos e microclimas concentrados em pequenas zonas da região.

A região de Lisboa, anteriormente conhecida por Estremadura, situa-se a noroeste de Lisboa numa área de cerca de 40 km. O clima é temperado em virtude da influência atlântica. Os Verões são frescos e os Invernos suaves, apesar das zonas mais afastadas do mar serem um pouco mais frias.

A Região de Lisboa é constituída por nove Denominações de Origem: Colares, Carcavelos e Bucelas (na zona sul, próximo de Lisboa), Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã e Óbidos (no centro da região) e Encostas d’Aire (a norte, junto à região das Beiras).

A Denominação de Origem de Bucelas apenas produz vinhos brancos e foi demarcada em 1911. Os seus vinhos, essencialmente elaborados a partir da casta Arinto, foram muito apreciados no estrangeiro, especialmente pela corte inglesa. Os vinhos brancos de Bucelas apresentam acidez equilibrada, aromas florais e são capazes de conservar as suas qualidades durante anos.

Colares é uma Denominação de Origem que se situa na zona sul da região de Lisboa. É muito próxima do mar e as suas vinhas são instaladas em solos calcários ou assentes em areia. Os vinhos são essencialmente elaborados a partir da casta Ramisco, todavia a produção desta região raramente atinge as 10 mil garrafas.
A zona central da região de Lisboa (Óbidos, Arruda, Torres Vedras e Alenquer) recebeu a maioria dos investimentos na região: procedeu-se à modernização das vinhas e apostou-se na plantação de novas castas. Hoje em dia, os melhores vinhos DOC desta zona provêm de castas tintas como por exemplo, a casta Castelão, a Aragonez (Tinta Roriz), a Touriga Nacional, a Tinta Miúda e a Trincadeira que por vezes são lotadas com a Alicante Bouschet, a Touriga Franca, a Cabernet Sauvignon e a Syrah, entre outras. Os vinhos brancos são normalmente elaborados com as castas Arinto, Fernão Pires, Seara-Nova e Vital, apesar da Chardonnay também ser cultivada em algumas zonas.

A região de Alenquer produz alguns dos mais prestigiados vinhos DOC da região de Lisboa (tintos e brancos). Nesta zona as vinhas são protegidas dos ventos atlânticos, favorecendo a maturação das uvas e a produção de vinhos mais concentrados. Noutras zonas da região de Lisboa, os vinhos tintos são aromáticos, elegantes, ricos em taninos e capazes de envelhecer alguns anos em garrafa. Os vinhos brancos caracterizam-se pela sua frescura e carácter citrino.

A maior Denominação de Origem da região, Encostas d’Aire, foi a última a sofrer as consequências da modernização. Apostou-se na plantação de novas castas como a Baga ou Castelão e castas brancas como Arinto, Malvasia, Fernão Pires, que partilham as terras com outras castas portuguesas e internacionais, como por exemplo, a Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Aragonez, Touriga Nacional ou Trincadeira. O perfil dos vinhos começou a alterar-se: ganharam mais cor, corpo e intensidade.

Douro


Há um vinho que caracteriza imediatamente a região do Douro, o vinho do Porto. Este, embaixador dos vinhos portugueses, nasce em terras pobres e encostas escarpadas banhadas pelo rio Douro. Além do Porto, esta região é cada vez mais reconhecia pelos excelentes vinhos tintos e brancos.

A região do Douro localiza-se no Nordeste de Portugal, rodeada pelas serras do Marão e Montemuro. A área vitícola ocupa cerca de 40000 hectares, apesar da região se prolongar por cerca de 250000 hectares. O rio Douro e os seus afluentes, como por exemplo o Tua e o Corgo, correm em vales profundos e a maior parte das plantações são encaixadas nas bacias hidrográficas dos rios.

Os solos durienses são essencialmente compostos por xisto grauváquico embora, em algumas zonas, existam solos graníticos. Estes solos são particularmente difíceis de trabalhar e no Douro a dificuldade é agravada pela forte inclinação do terreno. Por outro lado, estes solos são benéficos para a longevidade das vinhas e permitem mostos mais concentrados de açúcar e cor. 

As vinhas dispõem-se do cimo dos vales profundos até à margem do rio e criam uma paisagem magnífica reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade em 2001. Ao admirável cenário, alia-se a excelência dos vinhos produzidos nas três sub-regiões do Douro: Baixo Corgo a oeste, Cima Corgo no centro e Douro Superior a leste. 

Em cada sub-região há ligeiras alterações climáticas, devido à altitude e à exposição solar nos vales profundos. De um modo geral, o clima é bastante seco e os conjuntos montanhosos oferecem às vinhas protecção contra os ventos. No Baixo Corgo o ar é mais húmido e fresco, pois recebe ainda alguma influência atlântica. Além disso, a pluviosidade é mais elevada, ajudando a fertilizar os solos e a aumentar a produção. No Cima Corgo, o clima é mediterrâneo e no Douro Superior chega mesmo a ser desértico (as temperaturas chegam aos 50ºC no Verão).   

O melhor vinho do Porto é feito nas encostas mais áridas e próximas do rio, enquanto os vinhos de mesa são produzidos nas encostas mais frescas. A região do Baixo Corgo, outrora considerada a melhor região para a produção do vinho do Porto, revela melhores condições para a produção de vinho de mesa. Na zona do Pinhão (Cima Corgo) os bagos de uva atingem maior concentração de açúcar, sendo uma área considerada perfeita para a produção de vintages. Os vinhos brancos, espumantes e o generoso Moscatel provêm das regiões mais altas de Cima Corgo e Douro Superior.

As castas cultivadas na região não são célebres pela sua elevada produção, contudo têm uma história secular, já que algumas castas provêm da época da Ordem de Cister (Idade Média). Na segunda metade do século XX, iniciou-se o estudo e análise das castas plantadas e chegou-se à conclusão que as melhores castas para a produção de vinho do Douro e Porto são: a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Aragonez (na região denominada de Tinta Roriz) e Tinto Cão. As novas quintas da região cultivam essencialmente estas castas, mas também outras muito importantes e com bastante expressão na região, como por exemplo, as castas Trincadeira e Souzão. A produção de vinhos brancos é essencialmente sustentada pela plantação de castas como a Malvasia Fina, Gouveio, Rabigato e Viosinho. Para a produção de Moscatel, planta-se a casta Moscatel Galego.

Dão


Nesta região as vinhas situam-se entre os 400 e os 700 metros de altitude e em solos onde predominam os pinheiros e as culturas de milho. A região do Dão, rodeada de serras que a protegem dos ventos, produz vinhos com elevada capacidade de envelhecimento em garrafa.
A zona do Dão situa-se na região da Beira Alta, no centro Norte de Portugal. As condições geográficas são excelentes para produção de vinhos: as serras do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela protegem as vinhas da influência de ventos. A região é extremamente montanhosa, contudo a altitude na zona sul é menos elevada. Os 20000 hectares de vinhas situam-se maioritariamente entre os 400 e 700 metros de altitude e desenvolvem-se em solos xistosos (na zona sul da região) ou graníticos de pouca profundidade. O clima no Dão sofre simultaneamente a influência do Atlântico e do Interior, por isso os Invernos são frios e chuvosos enquanto os Verões são quentes e secos.

As vinhas são constituídas por uma grande diversidade de castas, entre as quais a Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz (nas variedades tintas) e Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho (nas variedades brancas). Os vinhos brancos são bastantes aromáticos, frutados e bastante equilibrados. Os tintos são bem encorpados, aromáticos e podem ganhar bastante complexidade após envelhecimento em garrafa.

Beiras

As regiões da Beira Interior, Távora-Varosa e Lafões situam-se no interior do país e dispersam-se entre a zona da Beira Baixa e da Beira Alta, junto à fronteira com Espanha. As suas denominações, uma mais históricas que outras, produzem vinhos muito distintos fruto dos diversos climas existentes em cada sub-região.
Os solos da região são de origem granítica e xistosa, fruto do relevo acidentado e montanhoso da região. Por influência das montanhas e da altitude os Verões são secos e quentes, por outro lado, os Invernos são muito frios e com neve.

As adegas cooperativas produzem quase todo o vinho da região, apesar de, cada vez mais, surgirem no mercado vinhos de pequenos e médios produtores. As castas tintas mais cultivadas na Denominação de Origem da Beira Interior são a Tinta Roriz, Bastardo, Marufo, Rufete e Touriga Nacional. As castas brancas com maior expressão na região são a Síria, Malvasia Fina, Arinto e Rabo de Ovelha. A região reúne boas condições para a produção de brancos frescos e aromáticos e tintos frutados e encorpados. 

A Denominação de Origem de Lafões é uma pequena região no norte do Dão com poucos produtores. Apesar disso, os vinhos tintos da região são especialmente reconhecidos pela sua luminosidade enquanto os brancos são caracterizados por elevada acidez. As castas Amaral e Jaen são as mais utilizadas na produção de vinho tinto, enquanto as castas Arinto, Cercial e Rabo de Ovelha são as preferidas na produção de vinho branco.

A norte da região das Beiras e fazendo fronteira com a região do Douro, situa-se a Denominação de Origem Távora-Varosa. É uma região de pequena dimensão, todavia muito relevante na produção de espumantes. As castas brancas são as predominantes na região (Malvasia Fina, Cerceal, Gouveio, Chardonnay). As castas tintas mais plantadas são a Touriga Francesa, Tinta Barroca, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Pinot Noir. Apesar da produção da região ser liderada por espumantes, também são produzidos brancos frescos e tintos suaves.        

terça-feira, 26 de junho de 2012

Bairrada


É na Beira Litoral, entre Águeda e Coimbra, que se situa a região da Bairrada. A zona é muito próxima do mar, por isso o seu clima é tipicamente atlântico: Invernos amenos e chuvosos e Verões suavizados pelos efeitos dos ventos atlânticos.

A produção de vinho na região é sustentada por cooperativas, pequenas e médias empresas e pequenos produtores. Os pequenos produtores comercializam os chamados “vinhos de quinta” que se tornaram muito importantes na região nos últimos anos. 

A casta Baga é a variedade tinta dominante na região e normalmente é plantada em solos argilosos. Os vinhos feitos a partir da casta Baga são carregados de cor e ricos em ácidos, contudo são bem equilibrados e têm elevada longevidade. Recentemente, foi permitido na região DOC da Bairrada plantar castas internacionais, como a Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot e Pinot Noir que partilham os terrenos com outras castas nacionais como a Touriga Nacional ou a Tinta Roriz.

As castas brancas são plantadas nos solos arenosos da região, sendo a casta Fernão Pires (na região denominada por Maria Gomes) a mais plantada. Em quantidades mais reduzidas existem as castas Arinto, Rabo de Ovelha, Cercial e Chardonnay. Os brancos da região são delicados e aromáticos. Os espumantes da região são muito utilizados como bebidas aperitivas ou a acompanhar a cozinha local.

Algarve


Muitas vezes considerado o paraíso turístico de Portugal, o Algarve é uma região onde a área de vinha decresceu nos últimos anos. Hoje, há de novo interesse vitivinícola na região e investe-se no desenvolvimento deste sector. 

O Algarve situa-se no sul de Portugal. É uma região com um clima muito específico: está próximo do mar, contudo também sofre a influência da montanha (serras Espinhaço de Cão, Caldeirão e Monchique). As serras são muito importantes na agricultura algarvia, pois protegem as explorações de ventos provenientes do norte. Deste modo, o clima é quente, seco, com reduzidas amplitudes térmicas e com uma média de 3000 horas de sol por ano.   

A região do Algarve é constituída por quatro Denominações de Origem: Lagos, Lagoa, Portimão e Tavira. Contudo, a maior parte do vinho produzido insere-se na designação “vinho regional do Algarve”. As castas tradicionais da região são a Castelão e a Negra Mole (nas variedades tintas) e a Arinto e a Síria (nas variedades brancas). A casta Syrah foi umas das castas utilizadas na replantação das vinhas e demonstrou total adaptabilidade ao clima da região, por isso tem sido muito plantada pelos viticultores. Os vinhos algarvios são suaves e bastante frutados.

Alentejo


O Alentejo é uma das maiores regiões vitivinícolas de Portugal, onde a vista se perde em extensas planícies que apenas são interrompidas por pequenos montes.

O Alentejo situa-se no sul de Portugal. É uma zona muito soalheira permitindo a perfeita maturação das uvas e onde as temperaturas são muito elevadas no Verão, tornando-se indispensável regar a vinha.
O tipo de relevo predominante na região é a planície, apesar da região de Portalegre sofrer a influência da serra de São Mamede. As vinhas são plantadas nas encostas íngremes da serra ou em grandes planícies e em solos muito heterogéneos de argila, granito, calcário ou xisto. Apesar disso, a pouca fertilidade dos solos é um elemento comum a todos os solos.    

Grande parte dos 22000 hectares de vinha alentejana concentram-se nas oito sub-regiões da Denominação de Origem alentejana: Reguengos, Borba, Redondo, Vidigueira, Évora, Granja-Amareleja, Portalegre e Moura.

Na sub-região de Portalegre as vinhas são plantadas nas encostas graníticas da Serra de São Mamede, sofrendo a influência de um microclima (temperaturas são mais baixas devido à altitude). No centro do Alentejo situam-se as sub-regiões de Borba, Reguengos, Redondo e Évora que produzem vinhos bastantes similares. No sul alentejano (mais quente e seco) localizam-se as sub-regiões de Moura, Vidigueira e Granja-Amareleja.

No Alentejo há inúmeras castas plantadas, contudo umas são mais relevantes que outras (seja pela qualidade ou pela área plantada). As castas brancas mais importantes na região são a Roupeiro, a Antão Vaz e a Arinto. Em relação às castas tintas, salienta-se a importância da casta Trincadeira, Aragonez, Castelão e Alicante Bouschet (uma variedade francesa que se adaptou ao clima alentejano).
Os vinhos brancos DOC alentejanos são geralmente suaves, ligeiramente ácidos e apresentam aromas a frutos tropicais. Os tintos são encorpados, ricos em taninos e com aromas a frutos silvestres e vermelhos.     
            
Além da produção nas sub-regiões DOC, o Alentejo apresenta uma elevada produção e variedade de vinho regional. Os produtores optam, muitas vezes, por esta designação oficial que permite a inclusão de outras castas para além das previstas na legislação de vinhos DOC. Assim, é possível encontrar vinhos regionais produzidos com Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah ou Chardonnay.